Capela do Senhor do Pinhal
Reza a tradição, pela voz do povo antigo, que um lavrador enquanto caminhava pelo pinheiral achara entre o arvoredo uma cruz de pedra. O curioso achado foi depois transportado num carro de bois para a igreja da Sobreira. Misteriosamente, a cruz de pedra desapareceu da igreja e foi aparecer novamente no exacto local onde tinha sido encontrada pelo lavrador. Deslocando-se ao terreno e dirigindo-se à própria cruz, um sacerdote da família da Casa do Eirado de Casconha, Sobreira, terá afirmado: “Se é aqui que queres ficar, assim será!”, e mandou edificar ali uma capela. Terá sido assim que nasceu a Capela do Senhor do Pinhal. A referida cruz encontra-se ainda no seu interior, numa ‘gruta’ artisticamente concebida numa das laterais. Este centro de culto religioso, um imóvel de carácter particular, perdurou pelo tempo fora, zelado e cuidado pelo fervor bairrista e católico dos proprietários e do povo do lugar. Faz-se anualmente a Festa em Honra do seu patrono – Nosso Senhor Jesus Cristo, o “Senhor do Pinhal” – no primeiro domingo do mês de Setembro.
Capela de Santa Comba
Diz-nos o Dr. José do Barreiro na sua Monografia de Paredes: “A capela chama-se de Santa Comba, como podia chamar-se de S. José ou de Santo António, e é pena não se saber a história dela, se é que ela tem história.” Ao contrário de o que sugere este ilustre investigador, não há nenhum centro de culto religioso que não tenha a sua própria história. Mais pobre ou mais rica, mais antiga ou mais recente, com maior ou menor grau de importância (passe a complexidade da afirmação), tudo tem a sua história. E este lugar e esta capela também não fogem à regra. A dificuldade aqui reside na falta de estudos sistemáticos aprofundados e de levantamentos feitos localmente, que permitam um desenho claro acerca do passado da comunidade e da infraestrutura religiosa que a congregou durante séculos. Desde as aras romanas que conserva no seu interior, passando pelas imagens que possui nos altares, até à torre construída em 1983 por um benemérito – Custódio Lino de Azeredo Lobo -, tudo faz parte da história desta capela. Apresenta configuração arquitectónica recente, havendo na fachada um painel de azulejos onde se poder ler que “foi demolida e reconstruída em 1965”. A população do lugar zela cuidadosamente por este centro de culto, e celebra a festa em honra da padroeira no penúltimo domingo de Julho.
Texto: I. R. Silva (2010/2011)
Bibliografia:
BARREIRO, Dr. José do. Monografia de Paredes. Porto: Tipografia Mendonça, 1922.