Capela do Senhor do Padrão (Terronhas)
A designação popular corrente de “Senhor de Terronhas” ocultou durante décadas a precisa identidade da Capela cujo início da construção ocorrera no ano de 1766 e cuja conclusão definitiva se dera um ano depois.
Na padieira ou lintel da porta principal da Capela encontra-se uma inscrição num latim “popular”, chamemos-lhe assim, que diz “Hoc Templ. Fatum Fuit In Anno 1766” o que, no latim correcto, ficaria “Hoc Templum Factum Est Anno 1766” (ou MDCCLXVI) significando: “Este templo foi feito no ano de 1766”. No entanto, e como já foi referido esta data respeita ao início da construção da Capela e não ao seu término o que aconteceria apenas um ano depois.
Foi, pois, o bairrismo, a fé e a devoção dos moradores que durante séculos mantivera erguida e preservada a Capela do Senhor do Padrão de Terronhas. Os familiares daqueles que um dia constituíram o seu património continuariam a garantir o zelo, a sustentação e conservação da ermida daquele lugar, um autêntico “tesouro” herdado dos seus antepassados.
Por volta de 1839 surgem-nos novas notícias relacionadas com este local de culto religioso. O então capelão da ermida de Santa Catarina de Bustelo, Pe. Amaro Dias da Costa, celebrara também em Terronhas missa aos domingos e dias festivos até 1869 e o seu sobrinho, Pe. Lindoro de Sousa Dias, até 1905.
Em 1915 foram feitas significativas obras de restauro e ampliação, foi colocada nova sineta e, cremos ter sido também nesta altura, procedeu-se à recolocação do “Senhor do Padrão” de fora para dentro da Capela onde permaneceu até aos dias de hoje.
Mais tarde e já no tempo em que era pároco o Rev. Pe. Bernardino Moreira Lopes, foi alargada a parte lateral esquerda do altar-mor, proporcionando, assim, uma maior amplitude do espaço.
Presentemente a Capela encontra-se em óptimo estado de conservação, celebrando-se missa dominical todas as semanas e, no último domingo do mês de Agosto, a festa em honra do “Senhor de Terronhas”.
Capela de Santa Catarina (Bustelo)
Remonta ao ano de 1698 a iniciativa tomada por um grupo de moradores do lugar de Bustelo para a construção de um centro de culto religioso naquele povoado. Não existe informação exacta da data de início nem da de conclusão das obras da Capela de Santa Catarina, mas é de crer que no decurso do ano de 1698 os moradores de Bustelo tenham visto o seu desejo realizado.
Sabe-se que não foi afectada pelo terramoto de 1755 e que, por via disso, aparece nomeada, juntamente com outros templos, nos inquéritos conhecidos por “Memórias Paroquiais” mandados elaborar em 1758. Tais inquéritos destinados a toda a diocese foram, no que diz respeito à paróquia da Sobreira, preenchidos pelo coadjutor Pe. João da Rocha Vale, incumbido dessa tarefa pelo Reitor e Pároco da mesma, Pe. Manuel de Ascensão Ribeiro dos Guimarães.
Em 1957, e verificando-se o avançado estado de degradação da Capela, a população fez o pedido ao pároco no sentido de se levarem a cabo significativas obras de ampliação e restauro. Tais intervenções foram realizadas sob estudo do insigne arquitecto Fernando Lanhas e concluídas nesse mesmo ano.
Sob autorização episcopal, o Vigário do 1º Distrito Eclesiástico de Paredes e pároco de Cete, Pe. Joaquim Ferreira Casaca, verificou que estavam reunidas as condições para o exercício do culto religioso e a 2 de Junho de 1957 foi o próprio pároco de Recarei quem se encarregou de a benzer solenemente.
Texto retirado de:
SILVA, Ivo R. (coord.) et al. Villa Recaredi: Estudo Histórico e Etnográfico da Freguesia e Paróquia de Recarei. Recarei: J.F. Recarei, 2008.